Toda a informação coletada pelos satélites que orbitam a Terra pode ajudar na resposta da emergência climática e também ajudar os cientistas a compreender melhor certos eventos, como as erupções vulcânicas.
Há um grupo de naves espaciais que monitoram sistemas meteorológicos a 36 mil km acima do nosso planeta. Eles cobrem um hemisfério inteiro em poucos minutos, transmitindo imagens do que observam para a Terra, de forma a produzir previsões atualizadas.
Foram estes satélites meteorológicos que registaram algumas das mais espetaculares observações da nuvem de cinza do vulcão que entrou em erupção, perto de Tonga.
At 17:08 UTC yesterday, #Copernicus #Sentinel1 ️captured the 1st image of #HungaTonga after the destructive eruption
— Copernicus EU (@CopernicusEU) January 16, 2022
The volcanic island is almost completely wiped out
️ Comparison before (3 Jan.) / after (image of 15 Jan., ~12 hours after the eruption)#Tonga pic.twitter.com/KA98HTQCBz
Durante uma erupção, a efusão de cinzas torna difícil ver o que está realmente acontecendo ao nível do solo - a menos que se utilize tecnologia de radar que penetre as cinzas e as nuvens. Quando o Sentinel-1A da European Space Agency (ESA) sobrevoou o vulcão no final de sábado, ficou claro que grande parte do mesmo, que se encontrava acima das águas do Oceano Pacífico, tinha sido destruído.
Um dos aspetos mais impressionantes das observações por satélite é a onda de choque que se move rapidamente em todas as direções. A onda de pressão desta erupção explosiva cobriu todo o globo terrestre. O Met Office registrou a sua agem nos barômetros, não uma, mas duas vezes!
Outro bom exemplo do impacto deste vulcão na atmosfera pode ser visto nos dados recuperados pela missão Aeolus da ESA. Este satélite mede as propriedades do vento, desde o solo até a uma altura de 30 km na estratosfera. Contudo, quando o Aeolus ou sobre o Pacífico, o seu laser (que permite fazer as medições) foi bloqueado por todo o material que havia sido lançado para o céu. No entanto, ele nos deu uma boa indicação da altura da nuvem de cinza.
As maiores erupções podem arrefecer as temperaturas durante um curto período de tempo. A erupção do Monte Pinatubo, nas Filipinas, em 1991, fez baixar a temperatura média global da Terra em meio grau durante alguns anos.
O motivo pelo qual isto acontece é devido à injeção de grandes quantidades de dióxido de enxofre na atmosfera. O SO2 combina com a água para fazer uma névoa de pequenas gotas, ou aerossóis, que refletem a radiação solar recebida.
O satélite Sentinel-5P da ESA pode mapear a quantidade e propagação de dióxido de enxofre. As primeiras indicações são de que a massa de SO2 injetado, devido a esta erupção específica, não é suficiente para ter um impacto significativo na temperatura global.
A extensão dos danos em todo o arquipélago de Tonga ainda não está clara. Os habitantes tiveram que lidar com a queda de cinzas e as cheias resultantes das ondas do tsunami. Satélites de alta resolução estão encarregados de mapear as muitas ilhas da região, para ajudar em uma resposta de emergência para os locais com necessidades mais urgentes.