No coração da maior selva do mundo fica o Observatório Torre Alta do Amazonas (ATTO), um ponto privilegiado para estudar mais sobre a relação da floresta com a atmosfera e responder questões relacionadas às mudanças climáticas.
A torre está localizada na Reserva de Desenvolvimento Sustentável de Uatuma, a aproximadamente 150 quilômetros da cidade de Manaus, capital do estado do Amazonas. Este é um projeto conjunto entre cientistas brasileiros e alemães.
A torre principal com seu sistema de para-raios atinge 330 metros de altura, superando em 30 metros a Grande Torre de Santiago, o edifício mais alto da América Latina. A infraestrutura é composta por outras duas torres de 80 metros cada.
O custo desta obra foi de 9,5 milhões de dólares e foi financiado pelos governos do Brasil e da Alemanha. Estão envolvidos o Instituto Alemão de Química Max Planck e, do lado brasileiro, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais e o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia.
O ATTO consiste em um amplo catálogo de instrumentos para medir as propriedades físico-químicas da atmosfera, a concentração de gases de efeito estufa e aerossóis. A intenção é que esses dados reflitam as interações entre a floresta e a atmosfera.
São coletados dados sobre temperatura, vento, gases de efeito estufa, ozônio, radiação, visibilidade, mudanças nas copas das árvores e temperatura do solo.
Os dados coletados fornecerão informações para compreender o papel que a floresta amazônica desempenha no clima do planeta e como o aquecimento global está afetando a Amazônia.
Além das torres, a instalação é composta por laboratórios construídos em contêineres, um acampamento base e diversos pontos de amostragem nas proximidades da estação para estudo da vegetação e do solo do entorno.
O dióxido de carbono é um gás de efeito estufa, a Amazônia cumpre um serviço ecossistêmico fundamental na captura desse gás, especialistas investigam a saúde da selva e quanto carbono ela está absorvendo.
O topo da torre principal está equipado com anemômetros e analisadores de gás que rastrearão o movimento do dióxido de carbono do solo da floresta para a atmosfera.
Ao comparar a concentração de dióxido de carbono no ATTO e no litoral, os pesquisadores obterão informações sobre a saúde de grande parte da Amazônia e quanto de dióxido de carbono ela está absorvendo.